Clube da Esquina

Homenagens 2022

50 anos de Clube da Esquina

"O trabalho trouxe inovações melódicas e novas abordagens rítmicas"

Considerado um dos mais importantes registros fonográficos da música brasileira de todos os tempos, o álbum duplo Clube da Esquina completa 50 anos em 2022. O disco de 21 faixas tem autoria de Milton Nascimento e Lô Borges, com a participação ativa de Beto Guedes, Márcio Borges, Ronaldo Bastos e Fernando Brant, além de Toninho Horta, Tavito, Nelson Angelo, Wagner Tiso, entre outros.

O trabalho trouxe inovações melódicas e novas abordagens rítmicas, em que Milton e Lô são figuras centrais, expressadas nas composições gravadas, como Cais, Cravo e Canela, Um gosto de Sol, Nada será como antes (Milton e Ronaldo Bastos), O Trem Azul (Lô e Ronaldo), Tudo o que você podia ser, Um Girassol da cor de seu cabelo (Lô e Marcio Borges), Paisagem da Janela (Lô e Fernando Brandt), entre outros clássicos.

"O Clube da Esquina foi um acontecimento fundamental da minha vida. Eu era muito jovem. Eu devo muito ao Milton Nascimento. Foi o cara que apostou em mim quando era um ilustre desconhecido. Ele gostava das coisas que eu fazia", lembra Lô Borges.

O que era pra ser apenas um encontro musical entre amigos deu origem a um dos discos mais cultuados no Brasil e no mundo, evidenciando o talento de uma geração de mineiros que fizeram e mudaram a história da MPB.

O Disco

O Clube não foi uma banda criada; o encontro de um grupo de amigos formado ao longo dos anos, pelas ruas de Belo Horizonte, é o que o torna ainda mais precioso. Muitos membros do grupo já possuíam uma atividade musical anterior ao disco de 1972.

O Clube da Esquina ficou marcado principalmente por suas harmonias, fruto da genialidade de Milton Nascimento e Lô Borges. As letras também fizeram escola, ao buscar leveza em um tempo de ditadura e perseguições políticas. Os arranjos, muitos de Wagner Tiso, expandiram o horizonte das músicas para uma sonoridade próxima à da música erudita e da música de concerto, ao passo que a participação de Nivaldo Ornelas e Toninho Horta reforçaram influências jazzísticas com suas proposições harmônicas e performances de improviso. Já Lô e Beto Guedes expressaram de modo mais claro uma forte influência dos Beatles e do rock. Dessa união de estilos e influências, o Clube da Esquina foi se consolidando, fugindo de qualquer conceito e paradigma existente na MPB.

 


Foto Reprodução: Internet